quarta-feira

O Mistério das Pedras


Ao contrário do que muitos possam pensar, uma pedra não é apenas algo frio, insensível, que leva a que muitos costumem definir alguém sem escrúpulos como tendo “o coração frio que nem uma pedra”.

Tem sido esta associação negativa que leva a que, provavelmente, muitos, de forma inconsciente, sintam um desejo forte de dar um chuto em todas as pedras que vêem soltas no chão. E porquê? Porque uma pedra não tem sentimentos.

Na verdade a pedra, enquanto objecto amorfo, não passa disso mesmo. Porém, quanto o Homem atua sobre a mesma, a pedra pode passar a ser algo extraordinariamente importante, tendo-se tornado, em alguns casos, motivo de culto, adoração, por vezes até sendo a própria divindade ou fonte de informação para a posteridade.

Não deixa de ser igualmente curioso que o termo petra (pedra) tenha vindo a derivar em um nome bastante comum – Pedro – cujo significado simbólico anda em torno de pessoa de ideias fixas, possuidor de perseverança e feitio forte.

Unindo tudo isto, temos que, aqui chegados, acreditamos que o leitor perceberá que, afinal de contas, uma pedra deixará de ser apenas um objecto inanimado.

Para além dos exemplos que iremos abordar de seguida, neste capítulo a que muito a propósito se chamou “mistério das pedras”, devemos acrescentar outros aspectos enigmáticos relacionados com a pedra.

Passamos a enumerar.

1) No campo do misterioso

As Pedras de Ica: No deserto de Ocucaje, mais concretamente no povoado de Iça (Peru), o Dr. Javier Cabrera Darqea pesquisou, durante anos, cerca de onze mil pedras, que acreditava pertencerem a uma civilização extremamente antiga. Isto aconteceu cerca de 1969.

Acreditando-se que as pedras fossem de uma época cuja civilização era anterior à pré-história, não deixa de ser curioso que o Dr. Javier tenha encontrado pedras com significações de factos que se julgavam apenas conhecidos da atualidade, tais como relativos a medicina, zoologia ou astronomia.

O Prof. Leodinof Marmadjaidjan descobriu, na mesma área, esqueletos de idade avançada (provavelmente 100 mil anos) e, ajudando à mesma teoria, Maurício Hochschild, estudioso dos minerais, confirmou ser possível que a oxidação natural da passagem do tempo conservasse as inscrições apostas nas pedras.

Alguns dos mistérios estudados pelo Dr. Javier foram os seguintes:

A) de características zoológicas: as pedras contendo o percurso biológico do ágnato, um peixe sem maxilares desaparecido há mais de trezentos milhões de anos. Encontrou ainda inscrições nas quais o Homem domesticava os animais, alguns dos quais considerados selvagens. Por último, estranhos seres antropomorfos, que incluíam cavalos com dedos nas patas, quiçá de um culto religioso;

B) Geográficos: várias espécies de mapas foram o que descobriu o Dr. Javier, tais como um mapa onde, de forma explícita, se referiam a América do Norte, o continente perdido da Atlântida e até a união do continente asiático com o australiano.

2) No campo lúdico

Mahjong: Apesar de, à primeira vista, ser apenas um jogo, a verdade é que tem uma componente simbólica muito forte. Passemos a analisar. Composto por 144 peças, a que vulgarmente se chama pedras, o Mahjong ou Mah Jong divide-se em termos como Ventos ou Honras Simples (que incluem Leste, Sul, Este e Oeste), Dragão (de cor vermelha, verde ou branca) ou ainda as quatro estações de ano. Nada neste jogo é desprovido de sentido simbólico, desde o próprio desenho das pedras, como as suas denominações.

No capítulo estritamente simbólico, a grande verdade é que o Mahjong descende directamente de um antigo oráculo (ser mítico que adivinhava o futuro) consultado pelos antigos chineses. Na sequência deste facto, não tardou a que os chineses, aproveitando os conhecimentos astronómicos, passassem a utilizar as pedras para registar os movimentos do Sol, da Lua e demais planetas, expostos de maneiras distintas, tal e qual o actual jogo.

3) No campo místico

A utilização de pedras para predição tem sido, ao longo dos tempos, efectiva, como se comprova com os seguintes quatro campos, igualmente designados por mancias.

A) Alectoromancia: meio de adivinhação que se baseia no estudo de aves, mormente de um galo branco, na qual os predestinados analisavam as entranhas do animal, mais propriamente as pedras formadas no fígado da ave, daí retirando ilações quanto ao futuro;

B) Cleromancia: muito utilizada na Grécia Antiga, utilizando pedras de cores diversas, cada qual com um significado distinto quanto ao que se irá passar no provir;

C) Lecanomancia: servindo-se do ruído que efectua uma quantidade de pedras ao cair numa tina plena de água conseguiam os estudiosos prever o futuro, uma arte sempre complicada, para a qual poucos se sentem preparados;

D) Litomancia: tal como a cleromancia, também aqui o efeito de predição reside no atirar de pedras, de várias cores, se bem que a diferença resida em que neste caso as pedras deverão ser preciosas. A título de curiosidade refira-se que o azul equivaleria à boa sorte imediata, o vermelho simbolizando felicidade matrimonial e o negro representando infortúnio.

4) No campo do adorno e da saúde (cristaloterapia)

Pedras preciosas: quem não reconhece neste genero de pedras motivo de adoração, beleza e até cobiça? Apesar disso, poucos perdem o seu tempo a pensar que, na verdade se tratam de pedras, tais como as outras, porém com características particulares que, pela sua coloração e brilho, fascinaram o Homem desde os primórdios da Humanidade levando a que as considerassem preciosas (ou seja, singularíssimas, especiais e valiosas).


Algumas delas são:

- ametista (ou pedra da beleza, que se supõe aliviar o stress, permitindo um sono mais repousado)

- ágata (pedra da autoconfiança e da auto-estima, sendo que quem a possuir terá o espírito purificado, mente iluminada e um sentimento intrínseco de capacidade na concretização dos mais diversos objectivos)

- cristal (ou pedra da energia, muito utilizada no campo sexual, por se acreditar que obtém a sua força de divindades ctónicas, isto é, do âmago da terra)

- quartzo (pedra do amor e da cura, possibilitando a cura de certas doenças, se for de cor verde, e aproximando possíveis namoros, tendo cor vermelha)

- jaspe (pedra da saúde, crendo-se que esteja na base da cura de doenças ligadas ao fígado e à bexiga)

Deste modo, quem pode afirmar, neste momento, que uma pedra é “apenas” uma pedra?


Fonte: Guruweb.com.br- Texto publicado na obra “Os Grandes Mistérios da Humanidade” – Axcel Books (Rio de Janeiro, Brasil) autor Pedro Silva



Pedra Luz

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